terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Creditos da Imagem:  Nicolaus e Daow Wegner


Que a terra complete logo sua volta em torno do sol, Eme contará como quem canta uma música em meio à toda a dinamite que é e não pode. Seria leviano ser tanto, seria maldoso sentir tanto, seria desumano escancarar a janela que ficou por tanto tempo entreaberta, à espera de algo que pudesse sorrir para que, em sinal afirmativo,Eme pudesse sair finalmente e aplaudir o sol como fazia com os girassóis ao meio-dia. Ela começou a acreditar que deveria desaprender. Um dos recursos da objetividade ousada que a mesma fazia questão de deixar nas obrigações de não fazer. Ressaca moral do intelecto de uma vida inteira provocou dentro da sua sala de jantar. Tentou no seu labirinto, santuário do seu próprio cárcere, encontrar mais uma vez aquilo que embriagava estações em sua vida. A narcisa então pensou em August. E nesta ocasião do paraíso em pensamento, coberta por chuvas torrenciais, aquele sujeito faceiro de franja desarrumada falou: "Observe!Lá em cima! É você." Apontava firmemente seu indicador para o alto. Nesse dia a tempestade se apresentou muito espontânea. A narcisa iconoclasta equivocou-se ao acreditar que era o caos. Três cigarros, três cerejas, três doses de qualquer coisa que fosse porque August precisava nascer novamente...